quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Carta para alguém que você gostaria que te perdoasse

Oi, Má.

Como vão as coisas?
Sabe, eu gostava muito do que nós tínhamos. Gostava muito mesmo! Inclusive, duvido que um dia acharei uma criatura que compartilhe os mesmos gostos estranhos que os meus e que tenha pelo menos duas playlists recheadas de MPB no celular. Interessante é que o que nós tínhamos se perdeu no tempo e eu não me lembro mais de muitas histórias que vivemos, chato, né?!
Na verdade, eu lembro de chorar no banheiro por causa de uma discussão. Lembro de você chorando, longe de mim na companhia de pessoas que nós, num dia comum, não conversaríamos. E, logo na sequência, me vem à mente a sala da minha casa e nós duas girando ao som de Malemolência e competindo para ver quem cantava Amado mais alto. Sinto saudades e me lembro da alegria e da tristeza das duas tardes.
Eu sinto sua falta e me arrependo pelo que todos acreditam que eu fiz, mesmo não tendo feito. Aliás, espero que um dia você acredite nisso. Mesmo eu sendo tagarela, boca aberta, louca e insconsequente por falar sem pensar, jamais teria tamanha impureza no coração a ponto de tomar uma atitude como aquelas só para te prejudicar.
Acredito muito que o universo ou o destino tenham dado meios e possíveis soluções para que voltássemos a ser como antes; amigos em comum, a mesma escola mesmo saindo da escola e afins. Não deu, meu orgulho e sua falta de confiança em mim foram soberanos e construiram grandes muros para que mesmo perto não pudéssemos nos ver ou interagir. É a vida, você sabe.
De qualquer modo, é bom que fique aqui registrado que sinto sua falta e, mesmo sabendo que agora é tarde demais e quase impossível, ficaria incriívelmente feliz se um dia eu pudesse atender o telefone e te ouvir dizendo: "Vamo alugar um filme? Tô levando pipoca e vou ficar por aí!".

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