quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Talvez um dia, Drummond me explique

Se o tamanho físico de um ser determinasse o tamanho de sua sede por sentimentos e emoções que pudessem fazer parte dele, eu certamente teria que ser mil vezes maior. Talvez mais.
O meu egoísmo, ou loucura são tão grandes, que eu poderia ter o tamanho do mundo, nem existiria  seria um todo, para que todas as partes sedentas de sentimento fossem ocupadas. Creio que, na minha cabeça, não existe um lugar que administra bem as emoções ou estabelece um limite, algo como:"ei, um coração só! divida-se e junte-se apenas a um ser, é o suficiente" ele deveria indicar. E eu deveria entender e aceitar isso.Talvez eu até entenda e aceite, mas isso não anula nenhum dos meus desejos. 
Me lembro agora das minhas aulas de lpl e da voz de uma das minhas professoras que mais me cansava, repetindo o que outrora foi escrito por Drummond: "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo..." e, desconsiderando o contexto do poema e seu desfecho, me enxergo nisso. Agora, por qual motivo eu consigo me identificar com uma frase como essa? Como eu me sinto e como eu deveria me sentir por sentir tanto? O que não ocupa espaço e não se vê, suga as minhas palavras e impede que eu consiga dizer algo sobre isso. Mas continuo sentindo e tentando achar formas de me compreender, de administrar tudo isso. Tentarei sair ilesa, embora isso seja quase impossível, pois ferir os outros também machuca.

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